sexta-feira, 27 de junho de 2014

Mestrado Profissional CsF 101 - Por onde começar

Você vai tentar o edital para mestrado profissional com bolsa do Ciência sem Fronteiras e está se perguntando por onde começar. Bom, tirando o fato que o edital não saiu e que nem sabemos se sairá (só uma forte suspeita), vamos lá. Eu era você em Novembro/Dezembro do ano passado e apesar ter decidido não tentar o edital na época, continuei monitorando o grupo (e o progresso das candidaturas de alguns amigos) para me preparar melhor para o novo edital. E se não sair outro edital? Ai... bom... complica.

A primeira dúvida era em relação a mestrado acadêmico x profissional: 
  • Qual a diferença entre um mestrado profissional e um mestrado acadêmico? Escrevi um post sobre isso aqui para esclarecer as minhas próprias dúvidas até. 
  • E qual a diferença na prática? Resumindo bem resumido: Se seu sonho é seguir para um doutorado com todas as forças, o mestrado profissional pode não ser para você. Você terá mais dificuldade em conseguir o reconhecimento do seu diploma a fim de tentar um doutorado (se o mesmo exigir mestrado) e se conseguir entrar no doutorado direto pode ter problemas depois na hora de tentar concursos (pontos por títulos). Claro, não é impossível reconhecer o diploma e parece que o processo está ficando cada vez mais fácil. Agora, se seu sonho é seguir a carreira em uma empresa, ONG, qualquer coisa que não seja a área acadêmica, o mestrado profissional pode ser melhor para você. Mas tudo tem seus poréns né?
  • Ps: Se seu desejo é fazer doutorado depois, não comente com ninguém, especialmente quando estiver escrevendo as redações para se inscrever no programa. Alguns alunos foram eliminados por terem mencionado o desejo de continuar os estudos com o doutorado embora outros tenham mencionado e nada aconteceu. Outra questão é, se seu desejo é mesmo o doutorado e a carreira acadêmica, pode ser que o mestrado profissional não seja o melhor para você (ou pode ser que sim, depende dos seus planos). 
  • Eu posso fazer o mestrado acadêmico com o edital do mestrado profissional do CsF? Teoricamente, não. Na prática, aparentemente sim. Muitos alunos relataram terem sido alocados em mestrados acadêmicos (mesmo os que queriam mestrado profissionais) por uma série de motivos. Um dos principais motivos que eu pude observar é que cursos que não previam um estágio/relatório/tese no final, não eram elegíveis. Como algumas áreas não possuíam essa opção, estes alunos foram alocados então em mestrados acadêmicos. Isso ocorreu em outras situações? Provavelmente. 
Tiradas as dúvidas iniciais veio a fase de "O que eu preciso?":
  • TOEFL/IELTS:
    • Serve o TOEFL ITP? Não.
    • Serve TOEFL fora da validade? Não. Ai tem um porém bem grande. O edital passado pediu um TOEFL válido até Fevereiro, enquanto algumas universidades exigiam mais como as que exigem que o TOEFL seja válido até o início das aulas. E aí? Primeiro é ver se o próximo edital manterá uma data parecida para a validade do TOEFL e segundo é entrar em contato com suas universidades preferidas para saber as exigências delas. Isto é, eu que fiz o TOEFL em Junho de 2013 ainda estou no limbo e não sei o que será de mim. 
    • Se eu tirar 79 no TOEFL iBT / 6.5 no IELTS está tudo certo? Sim e não. A nota 79 é a nota mínima exigida pela CAPES mas a sua universidade dos sonhos pode pedir mais. O que fazer? Perguntar. Vale ressaltar que a maioria das universidades "top" que eu vi pedem uma nota no TOEFL maior que 79, geralmente, maior que 100.  
    • O TOEFL é difícil? Uma pergunta complicada. Para mim, não é. Para alguns, é. O que eu acho é que o TOEFL mede bem o nível de inglês da pessoa e um pouco da preparação. Nunca me preparei para o TOEFL (nunca mais de 1 semana) e sempre fui bem. No entanto acho essencial saber pelo menos o básico do estilo da prova. Para isso o canal Notefull me ajudou muito, falei sobre ele aqui. Outra dica importante é fazer os simulados para o TOEFL, tentar perceber a sua maior dificuldade e claro, focar os estudos.
    • Como faz inscrição no TOEFL? No site da ETS (aqui). É por lá que você também vê os locais em que a prova pode ser realizada e as datas. 
    • Ps: Não vou comentar do IELTS pois nunca fiz e não sei nada dele. Se for para escolher, acredito que o TOEFL seja melhor pois é mais aceito nas universidades dos EUA. 
  • GRE: 
    • Tenho que fazer o GRE General Test ou o Subject? Para o edital, o General Test. Para a universidades dos seus sonhos, só olhando no site. Ainda não conheci ninguém que tenha feito o Subject mas para tudo existe uma primeira vez.
    • Qual nota devo tirar no GRE? Novamente, pelo edital [passado] 153 no Quantitative Reasoning e 3.0 no Analytical Writing. Pela universidade dos seus sonhos, só ela poderá te dizer. Muitas universidades não possuem uma nota de corte mas elas podem fornecer várias informações importantes como o percentile recomendado (percentile é como sua nota em comparação com os outros candidatos) em que muitas recomendam pelo menos 50th ou ela poderá te dizer as estatísticas referentes aos alunos que entraram no ano que se passou. Mesmo que você não veja isso no site da universidade, mande um email para o coordenador do curso que você quer perguntando (pois cada curso pode ter um foco). Em algumas universidades que perguntei a recomendação/exigência era de estar no 75th percentile para cima o que de uma forma geral significa uma nota de 160+. 
    • Posso largar o Verbal Reasoning para lá? Não! A CAPES pode não te cobrar essa nota mas imagina uma universidade vendo suas notas e aparece um belo 0 lá (ou no caso, 130)? Que impressão você acha que passaria? Não precisa surtar com a nota do Verbal (exceto em cursos voltados para essa área mais "Verbal" de ser) mas não pode também largar. 
    • Posso refazer a prova e só fazer a parte que fui mal? Sim e não. Poder você pode, mas não vai adiantar quase nada. O GRE não permite fazer um "combo score" das suas melhores notas (como parece que é possível no SAT) então você terá que enviar todas as suas notas. Sabe aquela impressão dos 130 no Verbal? Permanecerá. Algumas universidades sequer aceitam mais de um score do GRE, mas a maioria que eu olhei aceita. A lição é: se for fazer, faça tudo direitinho. Se for refazer, idem. 
    • O curso que eu quero não pede GRE, posso deixar de fazer? Não, essa é uma exigência da CAPES. Não esqueça que sem a CAPES não tem bolsa então nem adianta passar na universidade né? Quer dizer, tirando se você for rico. 
    • O edital pede 153 e eu tirei 152, será que rola? Experiência do edital passado, não.
    • O edital pede 3.0 e eu tirei 2.5, será que rola? Experiência do edital passado, sim. Parece que o IIE entende que sua nota no TOEFL/IELTS é mais importante que a do GRE. 
    • Como faz inscrição no GRE? No site da ETS (aqui). É por lá que você também vê os locais em que a prova pode ser realizada e as datas. Ps: Sim, é a mesma empresa que vai pegar pelo menos 1000 "dinheiros" seus.
  • Histórico e Histórico traduzido:
    • Posso eu mesmo traduzir meu histórico? Se a sua universidade emitir um histórico em inglês conforme a sua tradução, sim. Caso contrário, não. 
    • Então como faz para traduzir? Se sua universidade não emitir em inglês você poderá fazer com um tradutor juramentado ou com o EducationUSA (segundo o último edital). Na dúvida, espere o novo edital e vai guardando a grana ai. 
    • Eu mandei traduzir meu histórico para a graduação, posso só atualizar? Good question, estou tentando descobrir. Se souberem, compartilhem. 
    • O que é GPA? GPA é Grade Point Average, um sistema americano como a nossa média/CR nas universidades brasileiras.
    • Como calcula o GPA? De uma forma bem geral, regra de 3 (no sistema americano 100% é 4.0 e 0% é 0.0). Oficialmente, o processo é bem mais complicado que isso e até varia de universidade para universidade. Tem universidade que escolhe matérias para colocar um peso maior, tem universidade que só considera os últimos X anos da sua graduação, etc etc. 
    • Eu vi que as universidades americanas pedem um GPA de 3.0, 3.5, etc? E agora? Eu achava que minha média 6.0 estava ótima. Sem desespero, felizmente muitas universidades entendem que há uma diferença entre os sistemas. Mas... não fique tão tranquilo assim. Você terá que mostrar com o resto do seu application (o conjunto dos seus documentos) que você é bom mesmo. Algumas universidades dão uma espécie de entrada condicional em que o aluno deve tirar a média exigida (como 3.0) no primeiro semestre de curso para poder continuar. 
  • Cartas e afins:
    • Para quem pedir as cartas de recomendação? Principalmente, para quem te conhece bem. Se você está cheio de opções, veja as recomendações do IIE para o seu caso (tente mandar um e-mail para eles) ou as recomendações da sua universidade dos sonhos. Mas, pessoalmente, entre uma carta muito boa de um professor ou uma carta mais ou menos de um empregador, ficaria com a carta muito boa por mais que seja recomendado ter uma carta profissional. Analise bem suas opções e decida. Outra dica é: não peça as cartas ainda pois o sistema online de anexo de cartas pode mudar e ai você teria que pedir novamente (o que é muito chato). O que é possível fazer é sondar com seu professor/chefe/etc a possibilidade da carta e deixar "avisado". 
    • Quantas cartas são? No edital passado e para a maioria das universidades, 3. 
    • Study Objective/Personal Statement/Curriculum Vitae: Comentários em um post no futuro.
  • Escolha das universidades e cursos:
    • Preciso escolher um curso na lista do edital? Não! Aquela lista é de exemplos apenas. 
    • Posso escolher qualquer curso que eu quiser? Sim e não. Dentro dos limites do que o edital permite, sim, você pode escolher o que quiser. Isto é, no meu caso, eu posso fazer qualquer curso de Saúde Pública que eu quisesse (de uma forma geral). Eu poderia fazer um MBA? Não. 
    • E se o curso que eu quero fecha o processo de inscrição em Dezembro (provavelmente não daria tempo do IIE mandar)? Apesar de incerto, você pode sondar com seu responsável do IIE depois se o curso em questão ainda aceita "late application". Ai vai da sorte! Neste edital muitas pessoas se inscreveram por conta nos seus cursos preferidos e, uma vez aprovados nos cursos e pela CAPES, tudo se encaixou (apesar do edital proibir esta prática). 
    • Quantos cursos posso escolher? Como funciona isso? Sugiro começar a olhar agora os cursos pois este processo não é nada simples e você não vai querer ficar preso em um curso que não gosta por 2 anos né? O formulário do IIE no passado permitia a sugestão de 3 cursos e depois havia um espaço para cursos adicionais. Quando a pessoa era selecionada, o funcionário do IIE fazia então um submission plan com os cursos que eles de fato iam mandar sua application (e nem sempre o submission plan seguia os cursos propostos). Uma coisa que foi possível notar é que o submission plan, aparentemente, tinha uma universidade boa, uma ok e uma "safety school" (se você não passar nas outras). Se quiser já selecionar as 3 conforme estes critérios, pode ajudar no processo de uma forma geral. Não adianta (tirando quem talvez tenha um CV perfeito) colocar que quer Harvard, Yale e Princeton que o IIE provavelmente não vai deixar. E, se você tem zero chance de ir para Harvard (por exemplo, o MPH de Harvard pede 5 anos de experiência e eu me formei em 2013 logo, impossible), não faça o funcionário do IIE perder tempo quando você pode mandar uma sugestão plausível. Quanto menos tempo ele perder, mais você ganha! 
    • O IIE tem convênios com algumas universidades? Parece que sim mas não sei as implicações disso. 
Que eu me lembre essas foram as dúvidas mais frequentes, inclusive minhas no começo. Caso tenham mais dúvidas, deixem no comentários que eu tento ajudar. Foram alguns meses de observação então já estou mais por dentro do assunto, felizmente.


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Estudando para o TOEFL 0800

Pagar o TOEFL já é uma despesa e tanto. Pagar o TOEFL e pagar um curso preparatório então, dói. Felizmente, tem muito material na internet que pode ajudar tanto aqueles que não tem como pagar um curso, quanto aqueles que já fazem um curso mas querem algo a mais. Paying for the TOEFL exam is already a big expense. Now, paying for the TOEFL and a prep course, that hurts. Fortunately, there is a lot of material online that can help both those that do not have the means to pay for a prep course as well as those that are taking a course and want some extra materials. 

Todas vezes que eu fiz o TOEFL iBT (isto é, as duas vezes) um recurso que usei muito foram os vídeos no Youtube com dicas sobre a prova. A minha humilde opinião é que o TOEFL mede bem o seu nível de inglês mas que, apesar de não fazer milagres, saber o modelo da prova ajuda também. O melhor canal do Youtube que achei foi o Notefull. Apesar de não serem muitos vídeos e os mesmo não serem longos, o conteúdo é ótimo e acredito que me ajudou bem. All the times I took the TOEFL iBT exam (that is, two times) a resource I used very much were Youtube videos with tips related to the test. In my humble opinion the TOEFL will measure your english level quite well but, although it does not promote miracles, knowing the structure of the test will also help. The best Youtube channel that I found was Notefull. Although they do not have many videos and the one's that do exist are not long, the content is great and I think that helped me a lot. 

Recomendo ver todos os vídeos do canal Notefull mas se seu tempo for limitado você pode ver os que separei abaixo que considero mais úteis. Separei os meus vídeos preferidos do canal em "categorias" (reading, listening, speaking e writing) para ajudar na navegação. Se o seu tempo for absurdamente limitado, veja o primeiro vídeo de cada categoria pelo menos que já vai ajudar. Aproveitem! I recommend watching all videos from the Notefull channel but if your time is limited you can watch those that I find more useful. I selected my favorite videos and divided them into categories (reading, listening, speaking and writing) to help in the navigation process. If your time is extremely limited, you can watch the first video in each category and that will already help. Enjoy!

Ps: Para quem está nesta jornada de aprender inglês 0800, estou ajudando num projeto para autodidatas em inglês. O projeto inclui uma página no Facebook e um canal no Youtube. Caso queira deixar sugestões para o projeto, podem deixar no comentários ou falar comigo no Facebook.

Reading



Listening



Speaking




Writing



domingo, 1 de junho de 2014

A Discrepância das Bolsas: Graduação x Mestrado nos EUA pelo CsF

Um coisa tem me incomodado muito estes tempos então resolvi compartilhar. Quem sabe um dia chega em alguém "importante" e assim teremos uma reformulação do programa? Afinal, o próximo governo da Dilma (se eleita) contará com o Ciência sem Fronteiras 2.0, o que quer que seja isso. Vou agora mostrar o valor das bolsas (em termos reais) de graduação e mestrado nos Estados Unidos pelo Ciência sem Fronteiras. 

Graduação
  • CHAMADA PÚBLICA PROGRAMA CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS/ FULBRIGHT/NOVA/HBCUs - Nº 156/2013
  • Valores:
    • Bolsa Graduação Sanduíche: US$ 300,00 por mês;
    • Auxílio seguro saúde: US$ 90,00 por mês pagos pelo IIE;
    • Auxílio instalação: US$ 1.320,00;
    • Auxílio material didático: US$ 1.000,00;
    • Auxílio deslocamento: Passagem aérea de ida e volta, de acordo com as normas estabelecidas pela CAPES, em classe econômica promocional;
    • A CAPES arcará com os custos referentes às taxas escolares, com acomodação e/ou alimentação.
  • Tempo de estudo: 
    • 12 meses.
  • Adicional de localidade
    • US$ 400. 
Em termos práticos, quanto um aluno de graduação que vai para NYU (NY) ganharia por mês? 
    • US$ 300 (bolsa) + US$ 400 (adicional de localidade) + US$ 110/mês (auxílio instalação) + US$ 83/mês (auxílio material didático) + US$ 1146 (housing mais barato que achei na NYU - link) + US$ 298/mês (meal plan mais barato que achei - link)
    • Isto é: US$ 2337 por mês para o aluno de graduação
Mestrado
Em termos práticos, quanto um aluno de mestrado que vai para NYU (NY) ganharia por mês? 
  • US$ 1150 (bolsa) + US$ 400 (adicional de localidade) + US$ 62 (auxílio instalação)
  • Isto é: US$ 1612 por mês para o aluno de mestrado.
Talvez a bolsa mude de US$ 1150 para US$ 1300, mas ainda assim a bolsa de mestrado permanece menor.

Agora eu pergunto, qual é a lógica e a justiça desse esquema? O foco aqui não é prejudicar o aluno de graduação, mas que tal pensar em algo para melhorar essa situação? Existe lógica em um aluno de graduação receber moradia + alimentação + US$ 700 (NY) enquanto o de mestrado ganha US$ 1550 (NY)? Este é apenas um exemplo mas é possível aplicar a mesma lógica nas cidades que possuem custos menores e que não recebem o adicional de localidade. 

E se olharmos mais a fundo a questão, é possível viver em NY com US$ 1550? O aluno de mestrado, tendo que pagar aluguel, alimentação, transporte, livros (já que não existe o auxílio material didático), etc etc conseguirá se dedicar integralmente ao mestrado?

O que acham?

Série de Vídeos: Mestrado Erasmus

Como estou de férias no Brasil, resolvi usar o tempo livre para gravar alguns vídeos sobre a minha experiência deste primeiro ano no Erasmu...