terça-feira, 15 de abril de 2014

A Polêmica dos que terão que voltar - CsF [Resultados e Comentários]

[Posto longo, já aviso - não quis cortar informações] Conseguimos 200 respostas para a enquete e, conforme prometido, vou divulgar os resultados. A medida que for apresentando os resultados vou fazer alguns comentários sobre coisas que vi e aprendi desde sábado sobre toda essa confusão. Espero que este post te ajude a entender melhor a situação. Apesar de ter minha opinião pessoal (que todos sabem), vou mostrar alguns pontos também a favor dos estudantes que foram levantados. Não prometo ser imparcial pois eu sei que não vou conseguir então... considerem isso ok? Os comentários estarão sempre abertos! 

Então vamos lá:
Eu pessoalmente concordo com o edital de Portugal existir mas Com restrições. Na verdade, concordo com um dos comentários que diz que o CsF inteiro deveria ser com restrições. Acho que universidade muito muito ruins deveriam ser cortadas sim do programa. Tudo bem, tem toda a parte da experiência, mas pessoalmente, não acho que dinheiro público deva ser gasto enviando alunos para universidades muito muito ruins. Não significa que universidades pequenas ou menos famosas não possam entrar, antes que reclamem, estou falando das estilo uniesquina mesmo. E sim, isso existe no exterior. 

Alguns dos comentários foram (estes são comentários de outras pessoas, para ficar claro):
  • Relevância acadêmica; os editais europeus estão recheados de turistas profissionais.
  • Na verdade acho que o CsF em si deveria existir com restrições. Do jeito que está é jogar dinheiro fora pro pessoal fazer turismo.
  • Nível comprovado em língua estrangeira, mesmo sendo um edital para Portugal.
  • Vagas muito mais limitadas para se obter uma melhor seleção dos candidatos.
  • Poucas vagas e melhor seleção, porque Portugal é um país muito bom em certas áreas que pode capacitar os estudantes.
  • Apenas quem realizou o TOEFL e tirou acima de uma nota pre-determinada.
  • Com um limite menor de alunos.
  • Dependendo do curso.
  • Limite de vagas.
  • Caso o edital de Portugal exista, não realocar os que não passaram para outros países, pois é uma completa injustiça com aqueles que não foram selecionados para os países que eles escolheram.
  • 80% dos estudantes brasileiros estudam em Universidades piores em Portugal. Acho válido sim, mesmo sem o idioma, mas em Universidades de excelência.
Vou destacar o que alguns citaram: limite de vagas e melhor seleção. Novamente, concordo e acho que deveria ser aplicado a todos os editais do CsF. O que acham? 

Mas tá, o edital foi cancelado, e aí?
A maioria considera justo que os alunos do edital sejam alocados em outros países. Concordo. Não sei se seria obrigação da CAPES, acredito que não pois o edital pode ser cancelado a qualquer momento, mas acho interessante que os alunos tenham ainda a oportunidade de um intercâmbio. Recentemente saiu uma notícia (veja aqui) falando que não haverá mais essa possibilidade pois agora existem mecanismos nacionais (Inglês sem Fronteiras) para o ensino de inglês, não sendo mais necessário essa medida. Não entendi bem se não existirá casos como o de Portugal, ou se foram excluídos todos os cursos pré-acadêmicos. 

Bem, seguindo a mesma linha do post anterior: e agora que os alunos foram enviados ao exterior? Ai que pega. 

Enquanto a maioria acha justo remarcar a prova caso ela tenha sido marcado do dia para noite (vi alguns emails para as pessoas do Canadá e parece ser verdade para os alunos de certos níveis, não todos), a maioria não acha justo remarcar a prova caso a mesma tenha ocorrido antes do previsto. Eu pessoalmente acho justo se de fato não foi avisado em ambos os casos, mas acredito que se avisarem cerca de 1 semana antes já consideraria suficiente. 

Apesar das reportagens dizerem que as provas estavam previstas para Fevereiro pela CAPES, não vi nada concreto sobre. Na verdade, o que eu vi foi que para o Canadá inicialmente os alunos fariam duas provas de inglês (ao final de cada curso) no entanto, em Dezembro, foi recomendado fortemente pelo CBIE que os alunos fizessem a prova antes para possibilitar a alocação nas universidades do Canadá. O CBIE também pedia uma série de documentos (acredito que entre Dezembro e Janeiro) para que a alocação pudesse ocorrer. Neste momento, a CAPES ainda não pagaria pelos testes. Em Janeiro, com a confirmação que a CAPES pagaria os testes, os alunos receberam um email com a data do teste (o tal e-mail do dia anterior). 

Sobre a nota exigida, no final das contas não consegui descobrir qual foi. Eu entendi que o CBIE recomendou 100 (uma nota muito alta) para garantir que não haveria nenhum problema, mas que a nota exigida era de fato 61 (uma nota bem baixa). Só para esclarecer, a nota do TOEFL iBT vai de 0 a 120 mas a escala não é linear. Dessa forma, 61 representa cerca de 20th percentile (isto é, 80% das pessoas que fazem a prova tiram uma nota superior). No final desta reportagem algumas notas são mencionadas e de fato são bem baixas e dificultariam a alocação de alguns estudantes. O que pode acontecer (essa parte veio da minha cabeça) é que alguns alunos conseguiram a alocação apesar das notas baixas e por isso podem permanecer. Como eles conseguiram? Pode ser por ter um CV bom, notas boas, vai saber. Mas isso é só uma suposição. 

E quanto tempo as pessoas consideram suficiente para aprender um novo idioma? Confesso que algumas respostas me surpreenderam muito, apesar da maioria concordar que 6 meses é suficiente. 

Outras respostas foram:
  • Varia de pessoa pra pessoa, o que realmente é inaceitável é a capes selecionar estudante que não tem perfil de excelência e não dominam a língua.
  • 24 meses.
  • 12 meses.
  • Até menos já seria suficiente.
  • 10 meses.
  • Acredito que dependa mais do idioma do que do tempo. No caso do inglês, acho 6 meses mais do que suficiente.
  • É preciso se preparar desde criança, por isso não tem fundamento ter realocado pessoal que tinha intenção de ir para Portugal.
  • Pergunta incondizente, cada pessoa tem suas facilidades, não tem como determinar o tempo certo para se aprender uma língua. Pode ser 1, 2, 3 meses ou ate 1 ano, varia de pessoa.
  • Depende da língua, no caso, Inglês, sim.
  • 3 meses.
  • 1 (ano ou mês?)
  • Até B1 sim, para B2, são 8 meses. Vai depender do nível de proficiência exigido.
  • Depende do idioma. 1 ano de inglês e uns 4 para fluência em mandarim.
  • Para o nível acadêmico, 1 ano e meio.
  • 6 anos.
Dois fatos: depende da pessoa e depende do idioma. Acho interessante que temos respostas que variam desde 3 meses até 6 anos (ou desde criança). Pessoalmente, acho que 3 meses seria o suficiente talvez para a nota 61 mas não para uma nota 100 (começando do 0) e acho que 6 anos a pessoa deverá ser fluente a um bom tempo (se aprender morado no exterior, não em curso de inglês pois ai demora bem mais mesmo). 

A grande diferença é que se você mora no país você come, bebe, anda e respira o idioma que quer aprender. Ou assim deveria ser. O problema de muitos brasileiros que vão para exterior (pelo CsF, com o dinheiro próprio, com o dinheiro dos pais, enfim...) é se juntar a outros brasileiros e formar uma mini-colônia só de brasileiros. Sim, é normal se juntar a quem você conhece e quando morei no Canadá e nos EUA, em ambos os casos, tive muitos amigos brasileiros - mas não só - e só não fiz isso no UK pois não conhecia nenhum brasileiro. O bom de ter amigos de outros países junto é que falar em português perto deles ficar chato né? Tem gente que talvez não se importe, mas eu acho bem chato então sempre evitei. Deixo como dica para futuros bolsistas então: 1) tenha sua mini-família de brasileiros mas tenha também amigos de outros países e 2) fale em inglês/outro idioma o máximo possível! Lembre-se, se você só falar em português perto de quem não fala em português, a pessoa pode não querer mais ficar perto de você pois não vai entender nada. Ps: Não dizendo que isso foi o que aconteceu com os bolsistas do Canadá, só que é uma possível explicação para eles não terem aprendido inglês tão rápido.

Um comentário que recebi trata em partes desse assunto:
  • De fato os alunos estavam no Canadá para aprender o idioma. "Perder" tempo com saídas, ficar só entre brasileiros presenciei por parte de alguns com frequência. Achei muito bem vindo o CNPq/CAPES acordar, pois ao contrário do que diz no contrato, vários alunos foram reprovados em inúmeras disciplinas, alguns não fizeram o mínimo, mostrando o total descaso com o dinheiro público investido neles.
Por fim: 
A maioria considera que não, a CAPES não deveria manter estes bolsistas no exterior. E concordo. Vamos agora aos comentários finais? São muitos ein! Entre os comentários vou deixar os meus. Caso queira ler só os meus por algum motivo, procure pelo texto que não está em itálico nem com um marcador. Caso não queira ler tudo, pule para o final. 

O primeiro fato é do contrato. Realmente, o contrato deles era de 12 meses a princípio mas ai existem muitos problemas. Primeiro, outros alunos na mesma situação mas em outros países comentaram que a permanência era condicional. Segundo que a CAPES tem o direito de cortar uma bolsa em casos de insuficiência acadêmica. Será uma grande falha de comunicação com o CBIE ou por parte do CBIE? Ou será um problema da CAPES? Ou será que realmente os alunos do Canadá estavam em uma situação especial?
  • Aqui na Itália, os alunos da reopçao não ganharam 6 meses a mais para fazer o teste e a grande maioria passou, e cursou a universidade, detalhe que aqui as provas são orais. Ate onde todos os meus amigos da reopçao sempre falaram que se não fossem aprovados teriam que voltar. Nao sei de onde estao tirando isso.
  • Pra atingir B1 (intermediário, de acordo com o padrão europeu) em qualquer língua em cursos intensivos, se leva de 2 a 4 meses. Com o IsF virtual e presencial mais o tempo de curso intensivo pago lá fora, creio ser mais que o suficiente, não só pra B1! No edital que eu assinei está claro que se eu não conseguir B1 em alemão também voltarei antes do término, agora é estudar!
Alguns comentaram o fato de que provavelmente a CAPES deixará agora de mandar alunos se proficiência para o exterior. Será que previam a notícia já? Será que este caso de fato levou ao cancelamento dos cursos de inglês? Talvez seja melhor focar no ensino de inglês no Brasil agora, se este métodos se mostrarem efetivos.
  • Pra mim a discussão não é se eles tem que voltar ou não, porque pra mim isso já estava mais do que sabido. Então de acordo com isso, tem que voltar sim. A única discussão válida é se eles deveriam ter ido ou não. Acho que essas reclamações sem quase nenhum sentido só irá atrapalhar a àqueles estudantes que não tem proficiência em inglês e ainda querem tentar uma vaga no Csf. Mas acredito que depois de todo esse problema, o CsF não contemplará mais alunos sem profiência e muita gente que não teria chance na vida de fazer um intercâmbio, nunca mais terá.
  • Esses estudantes que estão reclamando estão acabando com o programa. Pq? porque provavelmente a CAPES vai parar de mandar alunos sem proficiência no idioma para o exterior, acabando com a chance de quem quer ir. Como foi mencionado, esses alunos são minoria menos de 5%, o que prova que 6 meses é sim tempo necessário para aprender outro idioma. Porém, por um motivo ou outro, alguns não conseguem e não faz sentido ficar bancando a pessoa até ela conseguir, qual o prazo? um ano? 2? pq essa mesma pessoa que não conseguiu com 6 meses, se não conseguir com um ano vai reclamar também.
  • O dinheiro que está sendo investido para que 4 mil alunos estudem inglês no exterior, se investido em cursos de inglês dentro do Brasil, poderia capacitar centenas de milhares de alunos na língua estrangeira, para depois selecionar alunos de excelência para fazerem a diferença em outros países.
Existem os que acham que o edital de Portugal deveria ter continuado:
  • Acredito que o maior erro foi ter interrompido o edital para Portugal. Se não quisessem mais fornecer bolsas para Portugal não deveriam fazer os próximos mas de maneira alguma deveriam cancelar o edital em andamento. Isso prejudica quem se inscreveu para o país, principalmente aqueles que não sabem inglês (acredito que a maioria). Acho 6 meses um tempo muito curto para dominar qualquer idioma partindo do zero. Mas não sei dizer como seria morando lá.
E os que acham que foi uma enorme oportunidade que foi dada a eles:
  • Foi dada uma oportunidade, grande oportunidade por sinal. Restou de cada um decidir se iria aproveitar ou não.
  • Se não aprenderam, tem que voltar, apesar disso a experiência foi positiva.
  • Alunos estão recamando de boca cheia.
E os que culpam os alunos (pelo menos em partes - é complicado classificar comentários):
  • A responsabilidade de conseguir a proficiência no exame é do aluno. Culpar o governo pelo fracasso desses alunos é injusto, mandá-los pra casa não!
  • O resultado ainda assim foi positivo: de cerca de 1200 estudantes realocados de Portugal para o Canadá, apenas 80 não atingiram o nível de inglês exigido (cerca de 7%). Na Austrália é ainda menor: de cerca de 1300 estudantes 30 não conseguiram (2%), o que leva a conclusão simples: não se dedicaram o suficiente, andaram excessivamente com brasileiros, etc.
  • 6 meses é suficiente pra se ter boa base no idioma, especialmente inglês. Tiveram curso, material didático e imersão na cultura local... tinham tudo pra terem conseguido melhorar, e não o fizeram. É uma pena para os que não adquiriram conhecimento suficiente, pois é uma chance jogada foda.
  • CsF é um programa para desenvolvimento tecnológico e não linguístico muito menos de turismo.. Os que foram pra aulas de inglês de 6 meses, foram apenas por bônus por terem sido realocados. Se depois da metade desse período (3 meses) não se interessaram o suficiente para passar ou não deu tempo pra isso, mas deu tempo de visitar mais de 100 lugares no Canadá em 3 meses, já cumpriram o seu "papel" de turista, o bônus já foi dado, a Capes cumpriu mas eles não e tem mais que voltar calado pq não tem razão nenhuma.
  • Os turistas profissionais estão queimando o filme de quem está ralando lá fora. Não to falando que todo mundo foi zoar na Europa, nem que a turma dos EUA é totalmente excelente; mas já era hora de alguém mandar essa turma parar de cagar na boca do contribuinte. Seria ótimo se o brasil tivesse grana pra bancar essa experiência pra todo mundo, mas como não tem o foco desse puta investimento tem que ser na turma que realmente tem perfil de excelência
  • Acredito que ambos os lados cometeram erros. Primeiro, se a CAPES definiu que a prova seria aplicada no final de março, assim deveria ter sido. Contudo, a prova não foi realizada três meses antes, conforme estão dizendo alguns estudante, e sim UM MÊS E MEIO ANTES. Quem não vai bem em um exame de proficiência hoje, não é em um mês e meio que vai fazer muita diferença. Além disso, se esses estudantes não sabiam quanto tempo iriam ficar no Canadá, por que fizeram contratos anuais? O governo brasileiro não deve ser responsabilizado por isso, se os estudantes assumiram a responsabilidade de aprender o inglês em 6 meses, e não conseguiram, não tem o direito de culpar a CAPES por aplicar uma prova com 40 ou 50 dias de antecedência.
  • Alunos mal preparados, com conduta indevida e falta de compromisso não merecem a chance e o investimento que o pais esta fazendo. Dinheiro público sendo gasto numa tentativa de alavancar o desenvolvimento técnico no Brasil, sem o mínimo nível de controle. Falta mais rigor na seleção dos alunos, falta fiscalização por pare da CAPES/CNPQ e falta dedicação dos alunos.

    E os que acham que não é culpa do aluno (ou que é culpa da CAPES por ter enviado eles ou que a CAPES deve manter eles lá):
    • Claro que não! Mais eles não foram avaliados corretamente! E estudantes sem proficiência iram continuar fazendo curso de inglês ate setembro.
    • A CAPES errou por enviar estudantes sem nenhum conhecimento da língua inglesa.
    • Caso o estudante precise de B1 e tenha tido proficiência de A2, ainda vale a pena pra capes manter o aluno.
    • Vamos ao fatos tudo que os estudantes falaram é vdd tem tudo documentado como prova, caso queira eu mesmo lhe as envio basta me mandar email para XXX. Quando fizemos contratos de 1 ano no canada foi pq a CAPES disse e assinou um contrato conosco de 1 ano.
    • Pois esses estudantes assinaram um termo de compromisso com a CAPES de 13 meses, estes estudantes receberam uma carta de estágio que não estava condicionada a prova de proficiência linguística. Alunos com as mesmas notas no TOEFL e outros ainda com notas menores, receram o aceite da universidade canadense e ainda terão a oportunidade de cursar mais dois termos de Inglês no Canadá. Isso é justo?
    • Barbara, Tenho acompanhado de perto essa questão pois tenho um filho nessa situação. Algumas informações estão sendo vinculadas de forma incompleta e/ou deturpada. Por exemplo: 1) A CAPES pagou para todos os candidatos a realização do TOEFL ainda no Brasil, antes de confirmar aprovação dos estudantes no CSF. Portanto, já conhecia o nível de conhecimento do idioma dos candidatos aprovados; 2) Ao chegarem no Canadá, baseado no resultado do TOEFL (feito no Brasil) cada estudante iniciou o curso de inglês, em turmas diferentes, de acordo com suas habilidades com o idioma; 3) Esse curso teria a duração de seis meses, com dois módulos trimestrais, com uma nova avaliação (TOEFL) após esse período. O primeiro módulo terminou em dez/2013 com aprovação de todos os estudantes. Em janeiro, no início do 2º módulo, os estudantes receberam um e-mail informando que, obrigatoriamente, todos deveriam fazer um novo TOEFL no dia seguinte, na parte da manhã (detalhe: só uma estudante se recusou a fazê-lo). O exame que estava pactuado de ser realizado no final de março, foi realizado em janeiro. Cabe ressaltar, que todos os estudantes foram aprovados nos dois módulos do curso de inglês encerrado no final de março ; 4) Ao saírem do Brasil, no contrato assinado com a CAPES, constava que após o período do curso de Inglês, os estudantes seriam conduzidos para um estágio e por mais "louco" que possa e parecer, sem nenhum condicionamento ao resultado de um possível TOEFL. Inclusive, no contrato, o prazo estabelecido desse programa era de 12 meses. Tanto assim, que o seguro saúde feito pela CAPES para os estudantes, foi de 13 meses. Por fim, penso que o Programa CsF é muito importante. Porém, o que está posto, nesse momento, é a necessidade de aprofundarmos o nosso conhecimento sobre essa situação para não cometermos a injustiça da culpabilização dos estudantes que foram selecionados pela CAPES, assinaram um contrato de 12 meses e no meio do processo foram, intempestivamente, retirados do Programa (tirei o nome para preservar a pessoa mas o comentário foi assinado).
    Os que seriam até mais rígidos (concordo em partes com o primeiro, mas faria isso para o CsF todo):
    • Acho que deveria ser feita uma averiguação de como foi o desempenho desses alunos, se eles frequentavam às aulas e tudo mais. Alunos que matavam a aula deveriam devolver o dinheiro aos cofres públicos, porque neste caso agiram tão errado quanto nossos políticos.
    • Esse programa deveria ser interrompido para uma profunda avaliação. O Brasil não tem condições de desperdiçar dinheiro, em várias frentes, como vem fazendo. Esse programa virou uma oportunidade para se fazer turismo com dinheiro público.
    E alguns outros comentários:
    • Tem muitos estudantes que não consegue olhar seus limites, querem apenas aproveitar a oportunidade de morar gratuitamente num país desenvolvido (o que não é errado), entretanto esse não é o objetivo do programa e essas pessoas irão fazer o programa ter reputação imoral.
    • Acredito que nenhum estudante sem a nota mínima deveria ter sido mandado. Se o edital de Portugal foi cancelado o CNPq deveria ter providenciado uma prova de urgência para os alunos para saber se eles mereciam ir!
    • O objetivo do programa é capacitar estudantes brasileiros. Porém existe uma contrapartida em todo edital pra país que fala língua estrangeira: a proficiência no idioma. Acho que o pessoal de Portugal, quando foi cancelado o edital deveria ter ficado no Brasil e concorrido a uma vaga em outro. Po, é difícil ter o intercâmbio cancelado assim, mas é uma oportunidade em que o governo paga TUDO para você. Aposto que se você fosse negado e pudesse tentar de novo, tentaria, a menos que não quisesse tanto assim. Agora quanto à realidade, acho que os estudantes que já foram pra países de língua inglesa passam a se submeter às regras dos respectivos editais. Ou seja, não passou na prova, volte pro Brasil. Isso está definido no contrato de estudos. A única coisa que me pareceu ruim na situação é a possibilidade de ser realizada uma prova sem aviso, porque isso de fato pode desestabilizar uma pessoa, mas ainda que fosse marcada mais cedo, os estudantes teriam tempo de se preparar para alcançar a nota mínima no TOEFL.Em conclusão, esse edital foi uma lambança e é uma pena porque os mais prejudicados realmente são os estudantes. Mas não dá pra querer que o governo faça de tudo pra manter eles lá porque CsF não é direito de ninguém, é uma oportunidade que pode ou não dar certo.
    • Nenhum dos estudantes foi surpreendido com o desafio de aprender uma nova língua, e todos foram sufocados com a esperança de morar e estudar em um novo país. Estudante nenhum deixaria a oportunidade de lado. O CSF errou MUITO em colocar uma quantia dessas de estudantes no exterior e esperar que por mágica aprendessem inglês. Por que os estudantes não dizem a pontuação exigida pela Universidade? Por que o parceiro do CSF no Canada não se pronunciou? Seria um pedido do próprio parceiro? Os estudantes da chamada de Portugal tiveram uma oportunidade que NENHUM outro estudante do CSF teve, por que? E por que agora o governo banca o durão pra cima deles? Há uma sequencia de desrespeito ao investimento público por trás disso, e como sempre, vivemos navegando por entre informações parciais dadas pelos envolvidos.
    • Um erro atrás do outro. O edital de Portugal não deveria ter sido cancelado. Já que foi, que realocasse os alunos com conhecimento prévio do idioma estrangeiro. Afinal quem tem conhecimento zero não aprende nada em seis meses, o que provavelmente é o caso da maioria. Quem foi sabia das condições, a regra foi clara. Uma prova adiantada em meses, sem data marcada é sacanagem, mas falar que pegou de surpresa também é. 
    • Essa era uma regra prévia e que na minha opinião é relevante para a manutenção da visibilidade sobre a seriedade da proposta; além de fortalecer o potencial e capacidade dos estudantes universitários brasileiros. Afinal é recurso público e deve haver avaliação do percurso do estudante no exterior, com retorno positivo para o país, evitando-se possibilidades de comentários maldosos que estamos investindo recursos públicos em turismo apenas... (embora eu entenda que a cultura soma-se à aprendizagem e consolidação da visão de mundo do ser humano). O estudante poderá demonstrar que a ausência de proficiência não interferiu qualitativamente e quantitativamente no plano de atividades previsto. Sugere-se que para futuros investimentos as regras sejam bem claras para todos em Edital e que haja maior envolvimento e acompanhamento pelas universidades.
    Comentários finais! Todos erraram, essa é a verdade. A questão seria então quais erros são mais graves? Ou quais mais justificáveis? Ou quais trazem menos prejuízos (para quem?)? Sim, houve problemas de comunicação entre aluno / CAPES / CBIE (o parceiro que cuida dos alunos no exterior). Provavelmente nunca saberemos de quem é a culpa disso tudo.

    Acho que talvez podemos tirar lições/dicas?
    1. Se estiver no exterior, tenha amigos não brasileiros e brasileiros.
    2. Dê o sangue, aproveite tudo, aprenda muito e lembre-se que quem paga sua estadia no exterior é o povo brasileiro.
    3. Pode viajar e pode ir em festa, desde que cumpra com suas obrigações.
    4. Leia TUDO. Assim, leia a internet inteira (haha). Mas sério, leia os contratos, leias as normas da CAPES/CNPq, leia as notícias, leia sobre os alunos em outros países, leia sobre as exigências de sua universidade (de origem e de destino). 
    5. Não espere que a CAPES (ou CNPq) seja sua mãe, ela não é e nunca será.
    6. Converse com sua universidade de destino, muitas vezes eles podem te ajudar.
    7. Ir para o exterior fazer intercâmbio [com dinheiro do povo brasileiro] não é um direito seu. É uma oportunidade.
    8. Lute pelos seus direito e admita quando estiver errado.
    9. O programa precisa sim de critérios mais rígidos e mais regras. E que estas sejam mais claras.
    Não consigo pensar em mais nada, mas podem comentar abaixo com mais dicas! Espero que agora vocês possam ter uma idéia um pouquinho melhor da situação, um pouquinho mais completa que o que nós vemos no Estadão e Globo.

    Acho que é só. 


    sábado, 12 de abril de 2014

    A Polêmica dos que terão que voltar - CsF [com enquete]


    Algumas informações deste post serão atualizadas em breve em conjunto com o resultado da enquete. Desde que escrevi recebi muitas informações novas dos envolvidos e, apesar de manter minha opinião de uma forma geral, acho justo compartilhar alguns fatos. 

    Novo post e resultados aqui

    [Enquete no final do post] Um dos assuntos "populares" agora em relação ao Ciência sem Fronteiras são os estudantes que não passaram nas provas de inglês e terão que voltar para o Brasil "antes do tempo". Digo antes do tempo entre aspas pois aparentemente eles ficariam lá apenas 6 meses de fato, e caso passassem nas universidades, fariam a parte acadêmica. 

    Estes estudantes são aqueles inicialmente selecionados para o edital de Portugal, mais tarde cancelado, e que foram realocados em outros países como Canadá e Austrália. Sendo selecionados para Portugal, naturalmente, não havia garantia nenhuma que estes estudantes falassem inglês e por isso o CsF ofereceu uma bolsa de 6 meses (não sei se todas são de 6 meses) para estudar inglês apenas, e só depois eles começariam o curso na universidade. Bom, a primeira questão é: a CAPES/CNPq deveria ter feito isso? 

    Muitos acham que estes alunos não deveriam ter sido enviados para outros países. Bom, eu discordo em alguns aspectos e concordo em outros. Considerando que o edital de Portugal existia e foi cancelado, acho sim que os alunos selecionados mereciam alguma alternativa. Imagina você tentar um intercâmbio, ter tudo certo, e ele ser cancelado? Não sei se seria obrigação da CAPES/CNPq oferecer uma alternativa e nem vejo como sendo um dos focos do programa, mas acho sim uma boa opção. Se eu acho que o edital de Portugal deveria existir para começo de conversa? Bom, não sei, em alguns aspectos sim e em outros não.

    Mas tá. O edital foi cancelado e os alunos tiveram a chance de ir para outros países. Eu considero isso sorte pois ganhar um curso de inglês de 6 meses assim, é bastante dinheiro e uma ótima oportunidade na carreira de qualquer pessoa. Os alunos tinham a opção de aceitar a opção ou não. Um mistério: já ouvi falar que eles poderiam escolher continuar na luta por Portugal mas que haveriam poucas vagas. É verdade? Alguém sabe dizer? 

    Agora os alunos estão lá no exterior, aparentemente chegaram em Agosto/Setembro e teriam que, ao final do curso, realizar provas de inglês para então serem alocados em universidades. Outra dúvida é quando as provas estavam previstas de fatos. Em entrevistas os alunos dizem Março/Abril mas vi uma reportagem em que a CAPES dizia fevereiro. Os alunos dizem que as provas ocorreram antes prejudicando assim o desempenho. Dizem também que as provas foram avisadas do dia para noite. De quem é a culpa: CAPES/CNPq ou parceiros?

    Não sei se de fato as provas foram avisadas do dia para noite mas, se for verdade, é com certeza um erro no processo. Alguns dizem, no entanto, que isso não é culpa da CAPES e sim do parceiro (o que não faz menos problemático). Mas, em uma entrevista, uma estudante disse que sequer foi fazer a prova. Acho que perdem um pouco a razão neste caso né? Talvez pudessem fazer a prova e pedir outra prova por conta da correria que pode ter afetado o desempenho? Teoricamente eles tiveram todo o tempo do mundo para se prepararem já que chegaram no país já sabendo que a prova ocorreria e a única obrigação deles lá era de fato estudar o inglês. 

    E no caso da provas que foram realizadas antes do previsto, se de fato aconteceu? Bom, se realmente foram 3 meses antes como alguns dizem (embora eu duvide, não posso dizer com certeza o que aconteceu), acho que eles também merecem uma nova chance. Mas, se considerarmos que a CAPES indicou o início das provas para Fevereiro, se de fato for verdade, não vejo mérito na questão dos estudantes.

    Uma questão muito discutida nos grupos do Facebook. Será seis meses o suficiente para adquirir conhecimento suficiente na língua para passar por uma prova de proficiência? Eu, pessoalmente, acredito que sim. Claro, estou considerando aqui que a pessoa vai se esforçar, não vai passar o dia todo com brasileiros falando português e afins. Mas, se a pessoa tem dificuldade mesmo em aprender, será que é o papel da CAPES/CNPq continuar mantendo essa pessoa no exterior para aprender o idioma? Vale ressaltar que a princípio estes estudantes são uma minoria, 110 em cerca de 3-4mil que fora nesta condição.

    Por fim, obre o argumento apresentado de que eles teriam que quebrar contratos no Canadá, este sim eu considero um absurdo. Nenhum dos alunos nesta condição sabia se ia de fato ou não continuar no Canadá após o período do curso de inglês uma vez que, naturalmente, eles não sabiam se iam passar na prova. Dessa forma, por que fizeram tantos contratos? Um dos exemplo é contrato de telefone. Eu mesma quando morei no Canadá tinha um celular mas pagava por mês já que não ficaria lá tempo suficiente para um contrato.


    Leia algumas das notícias que saíram na mídia: Estadão 1, Estadão 2, G1, G1 2 (ps: ela disse que falou com o conde?).

    Veja aqui um vídeo da manifestação que ocorreu no Canadá:




    sexta-feira, 11 de abril de 2014

    Aplicativos: Duolingo

    Na tentativa de aprender espanhol sem gastar dinheiro, resolvi tentar (tentar de verdade, pois já havia iniciado o francês e acabei não me adaptando por algum motivo) seguir o "curso" do aplicativo Duolingo. Basicamente o curso começa com palavras básicas como homem, mulher, criança, comer, beber, água, leite, etc. Com o passar dos níveis eles adicionam palavras e continuam o uso das anteriores, fazendo com que seu vocabulário cresça progressivamente. Acho bem melhor que alguns cursos que já vi em que as lições acontecem quase que de forma independente e assim o aluno não relembra tanto o conteúdo com o passar do tempo. Agora já tenho que trabalhar com frases maiores e com múltiplos termos, por exemplo.

    Tipos de "Atividades":
    • Tradução de frases escrevendo você mesmo a nova frase (no meu caso de inglês para espanhol ou espanhol para inglês);
    • Tradução de frases selecionando a tradução correta, sendo possível mais de uma opção;
    • Tradução de frases selecionando as palavras disponíveis na ordem correta;
    • Selecionar a foto correta para a palavra apresentada (por exemplo, selecionar a foto da maça se o aplicativo mostra a palavra maça/manzana/apple/etc);
    • Speaking, falando uma frase na língua que você está estudando e ai você tem que repetir (não sei exatamente como eles fazem a correção mas ele te avisa se não ficar bom e pede para você repetir);
    • Listening, em que você deve transcrever a frase falada pelo aplicativo (com duas opções de ouvir, uma normal e uma no modo tartaruga);
    • E... acho que só mas se lembrar outras eu complemento a lista. 

    O aplicativo, por exemplo, reconhece se você tem um typo (erro de digitação) ou outros erros "bobos" e te avisa, não te descontando uma vida. Outra parte interessante é que caso você digite uma tradução correta mas não exatamente igual ao que eles imaginavam, eles consideram correto e te dizem como eles traduziriam. No caso, a cada nível a pessoa possui 3 "vidas" (corações) e se você perder todas e errar mais uma vez (isto é, 4 erros) você deve recomeçar o nível.  

    Conforme os níveis vão passando você ganha pontos que irão determinar seu nível na língua que está querendo aprender (como podem ver, estou no nível 8). Os seus pontos também são usados em um ranking entre seus amigos! 

    Outra parte muito interessante do aplicativo é que, conforme o tempo passa, suas habilidades nos diferentes níveis cai e você deve voltar para relembrar o conteúdo. Novamente, não sei como é o processo exatamente, se tem uma lógica para qual nível cai, qual área. No entanto, percebi que se você fica mais tempo sem usar o aplicativo, mais rápido cai "sua habilidade" e mais níveis você tem que reforçar. Podem perceber na primeira imagem que em "Adject. 1" existem 4 barrinhas. Conforme o tempo passa são essas barrinhas que indicam sua "habilidade" e qual nível que deve ser refeito. 

    Por fim, o mais legal do aplicativo. Ele ajuda a traduzir "a internet". Segue a descrição encontrada no site:

    Como funciona: alguém que precisa traduzir uma página da internet envia o conteúdo para o Duolingo. Esse conteúdo é então colocado à disposição dos alunos do Duolingo, que fazem a tradução para praticar o idioma que estão aprendendo. Quando o documento estiver completamente traduzido, Duolingo devolve o conteúdo ao seu dono original que, por sua vez, dependendo do tipo de documento enviado, paga pela tradução.
    Bom, eu uso o aplicativo no celular mas sei que é possível seguir o "curso" pelo site do Duolingo que parece ser até mais completo.  Se alguém usa o site a mais tempo e quiser comentar sobre as diferentes opções que eles oferecem, agradeço :) .





    Complementando: Depois de escrever o post acabei atualizando o aplicativo (não havia reparado que estava desatualizado) e descobri novas coisas legais. Primeiro foi a possibilidade de habilitar um "coach" ou treinador e determinar a quantidade de pontos que quero atingir por dia. Quando você atinge a sua meta para o dia o seu treinador aparece na tela te avisando (com os novos pontos adquiridos ao completar as lições você pode comprar roupas novas para o seu treinador.

    As opções são: casual (8 XP por dia), regular (16 XP por dia), serious (32 XP por dia) ou insane (48 XP por dia).

    A segunda novidade são as lições bonus. Da mesma forma que os pontos podem comprar roupas para o treinador, eles também podem comprar lições extras. Para o meu nível só achei duas lições disponíveis e comprei elas (já que tinha muitos pontos guardados) e achei bem difíceis até. Acho que são legais como uma forma de desafio!





    Série de Vídeos: Mestrado Erasmus

    Como estou de férias no Brasil, resolvi usar o tempo livre para gravar alguns vídeos sobre a minha experiência deste primeiro ano no Erasmu...