quinta-feira, 9 de julho de 2015

Europubhealth - A seleção

Agora que o processo de seleção está finalizado oficialmente e estou prosseguindo com o processo do visto, acho que é hora de falar um pouco da seleção do Europubhealth (Mestrado em Saúde Pública do programa Erasmus). Quais os documentos necessários? O que é possível adiantar? 

Começando pelos Admission Requirements
  • O programa é aberto à alunos de diversos cursos sendo exatas, humanas e biológicas. Como saúde pública é mesmo multidisciplinar, o mestrado também é. A única restrição é ter um diploma equivalente à um bacharelado.
  • Possuir um comprovante de proficiência nos idiomas selecionados para os cursos (explico um pouco melhor depois). As opções são: 
    • Inglês: IELTS (7.0 geral com pelo menos 6.5 em cada banda) ou PTE Academic (65 geral com pelo menos 61 em cada banda). Lembrando que existem restrições a respeito da data de validade dos exames e alguns outros detalhes. Por exemplo, o IELTS precisa ser o academic e, pelo o que ouvi falar, tem um especial para fins de imigração a partir de Novembro de 2015. Eu usei o IELTS apenas na minha seleção pois já havia realizado a prova em Novembro de 2014 (veja os posts clicando aqui). 
    • Francês: DALF (nível B2), TCF (450) ou TEF (585). 
    • Espanhol: DELE no nível intermediário. 
Como só precisei (e só tinha) o teste de inglês, não sei dizer muito sobre os outros. Estes são os requerimentos básicos para se candidatar, mas ainda existem muito outros detalhes. Vamos lá...

Um dos testes possíveis mas não necessário é o GRE (Graduate Record Examination). Não sei até que ponto ajuda mas, assim como o IELTS, havia feito em Novembro de 2014 (veja os posts clicando aqui). 

Além de todos os testes, as seleção também se baseia em 2 aspectos importantes: suas cartas de recomendação e cartas de motivação. Qual o peso de cada? Só eles sabem. 

Sheffield, UK
A respeito das cartas de recomendação não é possível ter tudo pronto até o sistema online abrir, pois elas devem ser anexadas diretamente no site por quem escreve a carta. No caso, você cadastra o email de quem escreverá a carta e eles recebem um link (acredito eu) para anexá-las. No meu caso usei duas cartas consideradas profissionais, mas também é possível enviar cartas acadêmicas como por exemplo de professores. Acredito que nesta etapa o mais importante é selecionar alguém que possa falar bem de você de verdade, e não só uma referência qualquer que você considere importante. 

Sobre as "cartas de motivação", o programa pede duas: motivation & plans e extra information. Não existe informação alguma sobre como devem ser estas cartas mas eu optei por cartas de no máximo uma página para não cansar o leitor. E não, não adianta eu enviar as minhas cartas pois são tão pessoais que a graça toda é que sejam diferentes. Se você fizer uma carta baseada na minha, será só mais do mesmo né? Tenha certeza, mais que absoluta, que não existem erros de gramática/afins. 
 
Outra parte importante do processo é escolher seu mobility track. Para ser elegível a bolsa, é obrigatório escolher cursos em países diferentes para seu primeiro e segundo ano. As opções são: 
Rennes, France
Vou estudar em Sheffield, e de lá vou para o Integration Module em Rennes, na EHESP School of Public Health. Lá todos os alunos do programa passam um tempo antes de seguirem para o segundo ano, o ano das especializações. O mesmo ocorre ao final do segundo ano. 

No mais, o sistema online também exige que você anexe o seu histórico escolar (da universidade), seu diploma e a tradução juramentada dos mesmos. Se sua universidade não fornece estes documentos em inglês, prepare o bolso para uns bons R$ 500,00 a depender do tamanho do seu histórico. 

Após enviar todos os documentos, começa o jogo da espera. No meu caso, o resultado oficial veio no final de Maio. Quaisquer dúvidas, estamos aqui... 


quarta-feira, 1 de julho de 2015

Tag: Minha faculdade - Farmácia na UNESP

Neste momento de procrastinação (tenho milhares de tarefas da IPSF para fazer neste momento mas precisava de uma distração), resolvi responder uma tag que vi no Youtube. Quem sabe ajuda alguém... vamos lá: 

Foto: Francisco Carlos Rocatelli
1. Qual seu curso de graduação? 

Eu fiz (não faço) farmácia na UNESP (Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"), câmpus de Araraquara. É o curso mais antigo da UNESP (junto com a odonto) e um dos melhores do país. 

2. Quantos períodos ele possui e em qual está?

Bom, eu já me formei. Na UNESP, pois isso faria conforme a faculdade, temos 4,5 anos de aulas e depois vem o estágio obrigatório. O tempo para terminar o curso varia muito conforme o estágio pois muitas empresas possuem programas longos, já outras possuem programas curtos. Também é possível realizar o estágio em pesquisa (foi o que eu fiz) e com isso consegui cortar muitas horas durante a faculdade, não sendo necessário esperar até o último semestre. É possível saber mais sobre a estrutura curricular clicando aqui

3. Por que você escolheu este curso?

É uma ótima pergunta. Durante o ensino médio eu cogitei muitos cursos como o Ciências Físicas e Biomoleculares da USP ou química. No 2o ano tentei o vestibular da USP para química e passei! Claro, não adiantava nada e no 3o ano tentei novamente. Neste ano tentei vestibulares para química (USP), farmácia (UNESP) e engenharia química (UFV e UFSCAR). Passei para química e tudo estava lindo. Fui, fiz matrícula, pronto. 

Mas... de alguma forma, eu era a próxima da lista de espera da UNESP. Eu, que não havia estudado nada de biologia o ano inteiro (ok, só o básico), e eu, que estava certa da química. Bom, era o primeiro dia de aula da USP quando fui chamada na UNESP e o alinhamento dos astros me levou a fazer matrícula na UNESP. Até hoje eu não entendo bem como tudo aconteceu... é isso. 

4. Antes de escolher este curso você pesquisou sobre o mercado de trabalho e o piso salarial? 

Sim, pesquisei um pouco mas nada muito detalhado. Como explicado acima, o foco era fazer química e não farmácia. Para você ai que pensa em fazer farmácia, o mercado é super amplo e o curso dá abertura para trabalhar em diversas áreas. 

Vocês podem ver as áreas de atuação no site do CFF (Conselho Federal de Farmácia). Sobre o piso, é complicado levar em consideração. Seu salário pode ser ótimo ou pode ser ok, depende muito da sua área de atuação, experiência, qualificações, etc. 

5. Como foi seu primeiro dia de aula? Tem dicas para calouros? 

O primeiro dia mesmo ou o primeiro dia do trote? Não lembro tão bem de nenhum dos dois, mas eu lembro que a primeira aula que tivemos foi super mega importante. Anotem tudo bixos (= calouros)! No geral o processo foi tranquilo e nada traumático. Seja você mesmo, mas tente participar e não ser super mega tímido.   

6. Sobre seu TCC, já começou a fazer? Qual tema pretende abordar? 

Já comecei, já terminei! Ufa! Eu trabalhei com pacientes com diabetes e alguns genes relacionados ao sistema imunológico (resumindo bem). Foi um trabalho intenso mas valeu a pena, conheci ótimas pessoas e consegui contribuir, mesmo que pouquinho. Na UNESP é possível começar o TCC acredito que no terceiro ano (na verdade não lembro bem) mas eu comecei a trabalhar no laboratório que fiz meu TCC no começo do segundo ano e acompanhei diversos projetos. 

7. Você se considera um bom aluno? 

Eu diria que... sim. Não fui a melhor aluna da minha turma em termos de notas (média, CR, IRA, whatever) mas eu nunca reprovei, nunca peguei recuperação e nunca fiz uma sub (a prova que você faz para substituir uma nota ruim). Tá, que em QF isso foi meio que um milagre mas não fiz recuperação e é isso que conta né? Para os bixos, QF é Química Farmacêutica e na UNESP é uma das matérias mais difíceis do curso.

Se for considerar minha ausência na sala de aula (tanto física quanto mental), eu não era uma boa aluna não. Muitas e muitas vezes perdi aulas por estar viajando (literalmente, mas era quase sempre uma boa causa), em reuniões, etc. Muitas vezes estava na sala de aula em corpo mas com a mente em outro planeta. Acho que no fundo o bom aluno sabe otimizar o tempo e todos nós sabemos que sempre existe aquela matéria que o professor é simplesmente ruim (em termos de didática) e portanto não vale a pena perder o tempo. Eu sempre (sempre mesmo) estava com meu computador durante as aulas. Se a aula era boa, eu anotava tudo e prestava atenção (e ainda buscava informações adicionais no Google sobre a matéria dada). Se a aula era ruim, eu usava meu computador para responder e-mails ou fazer trabalhos que estavam pendentes. Ps: Não digo que isso é o correto, mas é assim que era comigo.

Se for considerar a minha atuação na faculdade, eu era uma ótima aluna. Me envolvi em quase todas as entidades (ex: PET, empresa jr, centro acadêmico etc) de uma forma ou outra. No final das contas acho que foi isso que me garantiu diversas oportunidades, não os 0,5 a mais que o minha média teria caso contrário. Ps: Se sua universidade não tem estas oportunidades, crie!

8. Você está 100% satisfeita com o curso que escolheu?

Sim. Só não curto quando me perguntam qual remédio tomar pois eu não sei isso não (não trabalho com a parte clínica gente). 

9. O seu curso tem algum material específico que não tem nos outros?

Não é que não precise em outros, mas não precisa em todos. Eu tive que ter uma calculadora científica (básica) e jalecos. Tive vários jalecos, outras pessoas conseguiram sobreviver os anos com 1 ou 2, mas eu sou destruidora de jalecos. 

10. Na sua faculdade teve trote? Se sim, como foi? 

Sim e não. Vindo de Juiz de Fora e sabendo como era o trote da UFJF, o trote da UNESP foi super leve. Ainda assim, a cada ano que passa, ele fica mais leve pois mais coisas são proibidas. Acho meio triste pois eram coisas super leves que promoviam a integração, agora se puder jogar água deve ser muito.

11.  Seu curso tem muita matemática?

Não. Temos a matéria "Matemática" mas é super básico, apenas integral e derivada (que nunca mais usei, acredito eu). Fora isso, usamos matemática em estatística e outras matérias como farmacotécnica e toxicologia dos medicamentos. No geral, não é nada complicado.

12. Geralmente nas faculdades existe o ciclo natural de desistência. Isso aconteceu na sua faculdade?

Olha, também não me lembro muitoo bem, mas acredito que poucas pessoas desistiram. Entramos em 70 e não acho que mais de 10 tenham desistido. Claro, a maioria não formou no mesmo período por conta dos estágios, mas isso é outro caso né? 

13. Quais dicas você daria para quem vai começar o mesmo curso? 

Se for na UNESP, diria para entrar nas entidades e aproveitar o que cada uma tem a oferecer. Se não for na UNESP, eu diria para irem para a UNESP. No mais, se organize, pois o curso é pesado, mas não se mate de estudar pois finalizar o curso com 8,9 ou 8,7 não vai mudar tanto a sua vida (eu acho). 

14. Você já ficou de dependência? Possui algum método diferente de estudo? 

Não, nunca fiquei. Acho que meu método era não ter método pois assim eu adaptava conforme a matéria a ser estudada. Nem tudo funciona para todas as matérias, é preciso ser flexível, organizar o tempo e entender a mente de cada professor. Por exemplo, tem professor que é notório por pedir "decoreba", e tem professor por pedir algo mais filosófico: se você estudar da mesma forma para ambas as provas em uma delas você vai fracassar com certeza. Aprenda logo o que funciona e o que não funciona para você.

15. Faça um resumo básico do seu curso para quem tiver interesse em fazer. 

Jura? Que preguiça.

Ps: Pessoas que estudaram comigo, se eu falei besteira, digam nos comentários abaixo. 










Série de Vídeos: Mestrado Erasmus

Como estou de férias no Brasil, resolvi usar o tempo livre para gravar alguns vídeos sobre a minha experiência deste primeiro ano no Erasmu...