sábado, 12 de abril de 2014

A Polêmica dos que terão que voltar - CsF [com enquete]


Algumas informações deste post serão atualizadas em breve em conjunto com o resultado da enquete. Desde que escrevi recebi muitas informações novas dos envolvidos e, apesar de manter minha opinião de uma forma geral, acho justo compartilhar alguns fatos. 

Novo post e resultados aqui

[Enquete no final do post] Um dos assuntos "populares" agora em relação ao Ciência sem Fronteiras são os estudantes que não passaram nas provas de inglês e terão que voltar para o Brasil "antes do tempo". Digo antes do tempo entre aspas pois aparentemente eles ficariam lá apenas 6 meses de fato, e caso passassem nas universidades, fariam a parte acadêmica. 

Estes estudantes são aqueles inicialmente selecionados para o edital de Portugal, mais tarde cancelado, e que foram realocados em outros países como Canadá e Austrália. Sendo selecionados para Portugal, naturalmente, não havia garantia nenhuma que estes estudantes falassem inglês e por isso o CsF ofereceu uma bolsa de 6 meses (não sei se todas são de 6 meses) para estudar inglês apenas, e só depois eles começariam o curso na universidade. Bom, a primeira questão é: a CAPES/CNPq deveria ter feito isso? 

Muitos acham que estes alunos não deveriam ter sido enviados para outros países. Bom, eu discordo em alguns aspectos e concordo em outros. Considerando que o edital de Portugal existia e foi cancelado, acho sim que os alunos selecionados mereciam alguma alternativa. Imagina você tentar um intercâmbio, ter tudo certo, e ele ser cancelado? Não sei se seria obrigação da CAPES/CNPq oferecer uma alternativa e nem vejo como sendo um dos focos do programa, mas acho sim uma boa opção. Se eu acho que o edital de Portugal deveria existir para começo de conversa? Bom, não sei, em alguns aspectos sim e em outros não.

Mas tá. O edital foi cancelado e os alunos tiveram a chance de ir para outros países. Eu considero isso sorte pois ganhar um curso de inglês de 6 meses assim, é bastante dinheiro e uma ótima oportunidade na carreira de qualquer pessoa. Os alunos tinham a opção de aceitar a opção ou não. Um mistério: já ouvi falar que eles poderiam escolher continuar na luta por Portugal mas que haveriam poucas vagas. É verdade? Alguém sabe dizer? 

Agora os alunos estão lá no exterior, aparentemente chegaram em Agosto/Setembro e teriam que, ao final do curso, realizar provas de inglês para então serem alocados em universidades. Outra dúvida é quando as provas estavam previstas de fatos. Em entrevistas os alunos dizem Março/Abril mas vi uma reportagem em que a CAPES dizia fevereiro. Os alunos dizem que as provas ocorreram antes prejudicando assim o desempenho. Dizem também que as provas foram avisadas do dia para noite. De quem é a culpa: CAPES/CNPq ou parceiros?

Não sei se de fato as provas foram avisadas do dia para noite mas, se for verdade, é com certeza um erro no processo. Alguns dizem, no entanto, que isso não é culpa da CAPES e sim do parceiro (o que não faz menos problemático). Mas, em uma entrevista, uma estudante disse que sequer foi fazer a prova. Acho que perdem um pouco a razão neste caso né? Talvez pudessem fazer a prova e pedir outra prova por conta da correria que pode ter afetado o desempenho? Teoricamente eles tiveram todo o tempo do mundo para se prepararem já que chegaram no país já sabendo que a prova ocorreria e a única obrigação deles lá era de fato estudar o inglês. 

E no caso da provas que foram realizadas antes do previsto, se de fato aconteceu? Bom, se realmente foram 3 meses antes como alguns dizem (embora eu duvide, não posso dizer com certeza o que aconteceu), acho que eles também merecem uma nova chance. Mas, se considerarmos que a CAPES indicou o início das provas para Fevereiro, se de fato for verdade, não vejo mérito na questão dos estudantes.

Uma questão muito discutida nos grupos do Facebook. Será seis meses o suficiente para adquirir conhecimento suficiente na língua para passar por uma prova de proficiência? Eu, pessoalmente, acredito que sim. Claro, estou considerando aqui que a pessoa vai se esforçar, não vai passar o dia todo com brasileiros falando português e afins. Mas, se a pessoa tem dificuldade mesmo em aprender, será que é o papel da CAPES/CNPq continuar mantendo essa pessoa no exterior para aprender o idioma? Vale ressaltar que a princípio estes estudantes são uma minoria, 110 em cerca de 3-4mil que fora nesta condição.

Por fim, obre o argumento apresentado de que eles teriam que quebrar contratos no Canadá, este sim eu considero um absurdo. Nenhum dos alunos nesta condição sabia se ia de fato ou não continuar no Canadá após o período do curso de inglês uma vez que, naturalmente, eles não sabiam se iam passar na prova. Dessa forma, por que fizeram tantos contratos? Um dos exemplo é contrato de telefone. Eu mesma quando morei no Canadá tinha um celular mas pagava por mês já que não ficaria lá tempo suficiente para um contrato.


Leia algumas das notícias que saíram na mídia: Estadão 1, Estadão 2, G1, G1 2 (ps: ela disse que falou com o conde?).

Veja aqui um vídeo da manifestação que ocorreu no Canadá:




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